no Chibuto,

as dunas escondiam

um dos tesouros do mundo.

 

… e foi Esterhuizen quem o descobriu.

 

Titânio no Chibuto

 

Há milhões de anos que as dunas do Chibuto escondiam tesouros minerais, mas foi necessário esperar até 1997 para que Anton Gabriel Esterhuizen os descobrisse sob as areias do Chibuto numa gigantesca formação de areias mineralizadas com mais de dez riquíssimos jazigos.

 

Esta valiosa rede de depósitos é simplesmente a melhor ocorrência mundial de areias pesadas, e os testes indicam excelentes teores e ricas ocorrências de minerais pesados – ilmenite, rútilo, zircon, para além da radioactiva monazite.

 

Com mais de 14 biliões de toneladas de areias exploráveis, o depósito Chibuto foi recentemente concessionado à WMC (Western Mining Corporation - Australia) após transferência dos direitos da sul-africana SMC (Southern Mining Corporation) para quem Esterhuizen trabalhava à época da descoberta. Uma transferência que duplicou a área anteriormente avaliada pela SMC já que, a concessão final agora acordada entre Moçambique e a australiana WMC, tem agora à volta de 20 000 hectares.

 

Sob qualquer perspectiva, o depósito Chibuto é único à escala mundial – em termos de toneladas, teor e qualidade dos produtos. E só em dimensão, ele é 10 vezes maior que os depósitos de Richards Bay (RSA) por exemplo.

 

Incidentalmente, as cartas geológicas de Moçambique não fazem referencia a este mega jazigo de Gaza e, até recentemente, as melhores indicações apontavam para ocorrências na costa da Zambézia/Nampula onde, aliás, actualmente decorrem investimentos para a exploração dum mini-depósito em Moma (Kenmare Resources).

 

Aquando da descoberta do Chibuto, o geólogo sul-africano Anton Gabriel Esterhuizen (53 anos) era director da SMC e gestor executivo da Pangea Exploration e, para além do seu conhecido toque de Midas, já há muito que era considerado como um génio da prospecção geológica.

 

E, tal como aos magos, a sorte sorri-lhe quando é preciso.

 

É pelo menos o que conta conta Rob Still ( então CEO da Southern Mining Corporation) quando se refere a Esterhuizen, e ao modo como ele focou a sua investigação geológica na procura de depósitos de titânio desde os finais de 1980's.

 

Com a Robert’s Exploration, e mais tarde com a Danger Exploration, Esterhuizen calcorreou milhares de quilómetros da costa índica de África descobrindo vários jazigos de areias pesadas economicamente exploráveis. Note-se ainda que, nos intervalos do titânio, Anton Esterhuizen acabou mesmo por dar um toque de Midas na descoberta de ouro na Tanzania.

 

Com o andar dos quilómetros, e cada vez mais confiante nas suas ideias e modelos geológicos, Anton Esterhuizen decidiu re-investigar a costa moçambicana ... discretamente.

 

E em 1997 saíu-lhe o bingo.

Com um golpe de génio, Esterhuizen colocava Chibuto no mapa da geologia mundial já que, no Chibuto, ele descobriu um jazigo quasi-perfeito a todos os níveis: em termos de mineração, e em termos industriais - recuperação, processamento, exportação dos minerais pesados- in-situ ... e a uma escala jamais vista.

 

Como é óbvio, a descoberta destes depósitos foi resultado de um brilhante trabalho de investigação geológica ... E, repita-se, de um bocadito de sorte segundo conta Rob Still.

 

Uma sorte que terá começado a desenhar-se à cerca de 5 milhões de anos.

 

Data em que o canal onde actualmente flui o Rio Limpopo faria parte de uma larga bacia hidrográfica que incluía vários rios – nomeadamente o Zambeze, Sashi e Kafui. Posteriores deslocações estruturais associadas ao Rift Valley re-direcionaram o Rio Zambeze e, no processo, criaram Victoria Falls. Hoje por hoje, o Rio Limpopo é um mero remanescente de si próprio.

 

Mas o que é facto geológico é que Chibuto era e é a boca desse antigo sistema hidríco.

 

E foi aí, num Chibuto que está hoje a mais de 40 km da costa, que se foram depositando os minerais pesados que, em suspensão, fluíam para o Oceano Índico. O efeito combinado de ventos e correntes levou a que os minerais pesados se fossem concentrando em enormes dunas de praia que, no tempo, e com o retirar do mar, foram sendo deixadas num progressivo interior - sempre em deslocações paralelas às novas linhas de costa marítima.

 

Face ao gigantismo da descoberta, a sul-africana SMC – que sempre privilegiou a prospecção face à exploração propriamente dita – rapidamente constatou que o desenvolvimento dos jazigos exigia o drive de um mega-operador. Segundo eles (SMC) a coisa não era serviço para juniores.

 

No Chibuto, a escala de investimentos atingia o bilião USD e, pelo menos para a SMC, os riscos eram alguns – nomeadamente o risco de uma pequena empresa como a SMC ser esmagada no interior dum mega-consórcio mineiro-industrial.

 

Após complexas mas rápidas negociações promovidas pela SMC, o grupo australiano WMC passou então a liderar o investimento no Chibuto. E pagou à SMC qualquer coisa como USD 113 milhões – incluindo a transferência de direitos exclusivos sobre o depósito Chibuto.

 

Nascia assim o projecto Corridor Sands e, merecidamente, Anton Gabriel Esterhuizen viria a receber um chorudo prémio.

 

E daqui eu brindo ao seu génio.

 

josé lopes

 

chongoene

fevereiro 2004

xitizap # 10

fevereiro 2004

xitizap # 10

titânio no Chibuto

corridor sands

águas de titânio

elektro papos

sos zimbabwe

marrabenta

xiti stats

links & downloads