geracões distribuídas

xitizap # 40

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gerações distribuídas

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Gerações Distribuídas

Em resposta à indomável aleatoriedade dos novos riscos (naturais e antropogénicos), as sociedades têm vindo a optar por gerações eléctricas distribuídas como forma de reduzirem a enorme vulnerabilidade dos seus sistemas eléctricos concentrados.

Muito flexíveis, e em imparável crescendo competitivo, os sistemas de geração distribuída e não poluente junto aos centros de consumo não podem por isso continuar a ser menosprezados quando se traçam as novas infra-estruturas eléctricas dos países em desenvolvimento – como no caso de Moçambique.

Felizmente, além da pulverização de abastados recursos energéticos renováveis (SOL com 5.7 kWh/m²/dia, por exemplo), a tipologia da demanda eléctrica em Moçambique (dimensão e localização) em muito favorece a opção por gerações distribuídas.

Esta opção é particularmente eficaz nas zonas onde é possível combinar o crescimento natural com a melhoria da segurança de um fornecimento eléctrico que permanece muito frágil em termos de transmissão - como por exemplo na zona Norte onde é urgente a distribuição de gerações em alguns pontos terminais por recurso a plataformas solares ligadas à rede de transmissão EDM (CSP/CRS – 3 MWe com armazenamento em Nacala, e parques PV de 1 MWe em Pemba e Lichinga respectivamente).

Numa outra dimensão, parece-me crucial construir uma central a gás natural (OC-CCGT 240 a 360 MW) junto à zona de extracção Pande/Temane com um duplo objectivo: (1) ampliar as condições de segurança de fornecimento eléctrico à zona Sul de Moçambique e (2) suportar a nova demanda desta zona austral a partir de 2015 - pólos petroquímicos apoiados em gás natural (fertilizantes, química geral, ferro/aço, etc.), extracção e smelters de areias pesadas (Chibuto e Matola - Corridor Sands), em paralelo com alguma exportação para o mercado SAPP.

Como anteriormente observei a propósito das assunções deste planeamento, embora o diagrama de cargas aqui tomado como referência corresponda a condições de extrema aceleração do consumo eléctrico interno (cenário afro-super-optimista) - e a uma boa dentada na HCB que é finalmente nossa! - a adição das novas gerações distribuídas ora propostas permite, em tandem com as potências actualmente instaladas (HCB e EDM), satisfazer eventuais necessidades de exportação para um parque eléctrico SADC que, felizmente, a partir de 2015 atingirá confortáveis níveis de auto-suficiência.

josé lopes

outubro 1, 2008