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Corridor Sands – afinal como é ?
A BHP Billiton, accionista maioritária da Mozal, consolidou a sua posição como o maior grupo mundial de recursos minerais ao adquirir a australiana WMC Resources - um grupo que detinha os direitos de exploração dos mega-jazigos de areias pesadas Corridor Sands no Chibuto (Moçambique).
Com 7 biliões USD em cash batido na mesa, a BHP Billiton superou em mais de 13% a oferta hostil da anglo-suíça Xstrata (A$ 8.2 bn, em Junho 2004) e obteve controle sobre uma estratégica panóplia de recursos minerais – que incluem 38% do urânio mundial (Olympic Dam) e várias minas que a colocam como segundo produtor mundial de cobre (depois da chilena Codelco) e terceiro a nível do níquel (a seguir à russa Norilsk Nikel e à canadiana Inco Ltd.).
Entretanto, e embora já se saiba que a BHP Billiton irá vender uma série de antigos negócios (nos fertilizantes por exemplo), não é ainda clara a posição que este gigante mineiro-industrial assumirá relativamente ao projecto Corridor Sands. Metade dos analistas sugere que a BHP Billiton reterá a sua posição no Corridor Sands; a outra metade especula quanto a uma possível venda desses interesses.
Daqui, tão ao longe, palpita-me que a BHP Billiton não irá ceder os seus direitos sobre Corridor Sands. Muito provavelmente o que ela fará é redesenhar a escala e timing do projecto, ajustando-os à curva de esgotamento dos depósitos de areias pesadas em Richards Bay (RSA) que actualmente partilha com a Rio Tinto - uma das outras ugly sisters que, contra o que muitos esperavam, preferiu não intervir no negócio WMC.
E a minha best-guess é que, dentro de um par de anos, a BHP Billiton e a Rio Tinto se transferirão para o Chibuto – de mãos dadas. Altura em que lá provavelmente estarei. Com um grande e sincero cartaz WELCOME, e um pedido de informações quanto a mais de trinta anos de extracção de areias pesadas em Richards Bay.
E, se assim for, a equação Corridor Sands e Mozal III (Fase 3, expansão para 750,000 tpa) ganhará irónicos contornos já que, a prazo, a BHP Billiton poderá ser obrigada a hierarquizar os seus apetites - faseando-os entre o alumínio e o titânio.
A menos que seja possível ter o bolo … e comê-lo.
O que pode muito bem ser o caso já que a nova liderança do Coal CSG (Coal - Customer Sector Group) da BHP Billiton afanosamente procura catapultar a sua Ingwe Colliery como pivot do fornecimento de carvão para o novo parque de geração Eskom – e de uma futura expansão Mozal III, via barter trade com possíveis IPPs (independent power producers).
No entretanto, e a ter que escolher, eu não teria qualquer dúvida em apostar em Corridor Sands; ambientalmente revisitado é certo, mas com um potencial de valor-acrescentado inquestionavelmente ganhador na aposta do desenvolvimento. Ao contrário de uma Mozal III (Fase 3) que pouco mais traria que fast-food estatístico.
José Lopes
Junho 2005
sobre Corridor Sands e o Titânio no Chibuto
leia xitizap # 10 e #11
PS - Embora predomine a noção de que os jazigos são super-valiosos, há algum ruído mediático quanto ao seu valor. O International Herald Tribune (june 7, 2005), por exemplo, reporta que, para efeitos de transacção (e/ou valorização nas contas BHP Billiton), o valor dos direitos de exploração das areias pesadas do Chibuto se situará na zona dos 160 a 220 milhões de dólares. Por outro lado, o Malaysian Star refere os mesmo valores … mas em dólares australianos.
Já muito stressado, e incapaz de confirmar que tipo de dólares se trata antes de fechar o xitizap # 19, resta-me rogar à Mozal, como representante local da BHP Billiton, que nos esclareça.
Em qualquer dos casos, estou certo que o negócio fará as delícias dos fiscalistas em Moçambique; pode ser que ande por ali um bom par de milhões para os cofres.
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