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Foto Cabral |
Cahora Bassa
Moçambique e Portugal assinaram hoje em Maputo um acordo de reestruturação accionista da Hidroeléctrica de Cahora Bassa que permitirá acelerar a transferência da gestão e propriedade do empreendimento para o Estado de Moçambique.
Outubro 31, 2006 |
CAHORA BASSA
out 31, 2006 |
Cahora Bassa – uma golden share
… exactamente no dia seguinte ao novo acordo Cahora Bassa, duzentos e cinquenta milhões de dólares US navegaram, em swift mode, dos cofres da Hidroeléctrica de Cahora Bassa para o tesouro de Portugal e, em Moçambique, o governo reforçou a sua presença política no Conselho que administrará a inversão accionista na HCB.
Entretanto, e embora seja curial conhecer o texto de acordos fundamentais, parece-me que, à falta deste, talvez seja mais aliciante começar a imaginar o formato que, dentro de 12 a 18 meses, fixará a reversão HCB - finalmente.
… mas desde já aviso que, no mundo destes biliões, raramente me aventuro para além do degrau básico - não só porque são grandes os eventuais tropeções, mas também porque, a essa escala, os factores tendem a coser-se segundo teias que por vezes me escapam.
Por isso mesmo, tendo a optar pelo básico – pão com manteiga, água com açúcar.
quanto custarão os USD 700 milhões HCB?
que golden share para o Estado de Moçambique?
… e dou de barato que não considero especialmente preocupante a questão da gestão HCB – pelo menos durante o período de recuperação de investimentos. Setecentos milhões USD directos, mais os muitos milhões que eles custarão, é fruta mais que bastante para não permitir distracções aos futuros donos da HCB.
E porque o custo do dinheiro e/ou a rentabilidade (financeira ou política) que se pretende de uma aplicação poderão depender, de forma não negligenciável, do valor futuro da golden share Moçambique, presumo que tenha sido por aí que haja começado o partir-pedra dos MUSD 700 .
curiosamente, o design da golden share Moçambique não me parece muito complicado já que, por razões de soberania, ele terá que girar, necessariamente, em torno de duas ou três fundamentais garantias: prioridade na alocação de potência/energia HCB ao mais baixo preço, hidrologia saudável, e …
… e embora sejam vários os possíveis arranjos para-sociais - e neste mundo dos biliões USD há uma boa mão cheia de contratualistas – daqui de longe me parece que bastará qualificar, apropriadamente, uma posição à volta de 25% do Estado de Moçambique na futura estrutura accionista da HCB.
O resto, o grande resto dos MUSD 700, será apenas sabedoria negocial.
josé lopes
à esquina da Photofesta 2006 novembro 10, 2006
ps – embora a ordem dos factores tenda a escapar-se do arbítrio, importa notar que, no Zambeze, depois da HCB e da cimeira China – África, ainda nos falta, pelo menos, a variável CVRD (Dezembro 2006 ?).
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HCB - o dia seguinte |
17 Novembro 2006 |